Este post não é um relatório sobre alimentação infantil.
Se vieram aqui à procura de informação super rigorosa sobre quais são as melhores opções para alimentar as vossas crianças, talvez não seja este o post ideal! Aqui vou falar da minha experiência com as refeições e lanchinhos da Teresa… Com o grande bónus de expor aqui as asneiras todas.
Não sou nutricionista, não sou a melhor pessoa para vos aconselhar e não é essa a minha intenção.
Tenham em conta que, nestas situações, a melhor opção é consultar os profissionais de saúde que acompanham as vossas crianças.
Enquanto mãe, gosto de “trocar cromos” e ver como fazem as outras mães, como comem as outras crianças e partilhar o modo como fazemos cá em casa.
Considero que, como em tudo na vida, há dois pontos importantes a ter em conta:
- Todos os fundamentalismos fazem mal;
- Viver bem é viver em equilíbrio.
Posto isto, choquem-se (ou não), deixo a minha filha comer de tudo um pouco.
Surpreendid@s? Se é suposto comer com o resto da família a partir dos 12 meses, é mesmo isso que temos feito.
A Teresa come do que faz bem e do que… Nem por isso. Antes dos 12 meses, ela já comia (quase sempre) o mesmo que nós.
E antes que pensem que somos uns pais horrorosos e negligentes: pareceu-nos mais razoável sermos nós a mudar coisas que estavam mal na nossa alimentação, em primeiro lugar, do que prepararmos para a Teresa algo diferente mas que na verdade seria o que deveríamos comer também. Porque faz bem!
Fiz (e faço) o melhor que pude na tarefa de introduzir os alimentos nas suas formas mais naturais e saudáveis e creio que fui bem sucedida, porque a minha Teresinha é óptima boca, come de tudo e gosta tanto de gulodices como da sopa do costume.
Faz-me impressão que existam no mercado produtos carregados de açúcar e outras substâncias nocivas para bebés abaixo dos 12 meses.
E também não compreendo como é que, em 2018, ainda é permitido divulgar em horário nobre na televisão bolangas e petisquices para miúdos, como se fossem uma boa opção para a merenda da escola. Evitei ao máximo (e continuo a esforçar-me até certo ponto) apresentar tudo isto à Teresa.
A partir do momento em que come o mesmo que nós, anda na escolinha e passeia com avós e tios, relaxei um pouco.
A verdade é esta: eu não consigo controlar tudo o que ela come!
Não tenho quaisquer problemas em partilhar que ela bebe leite meio gordo, come iogurtes normalíssimos iguais aos nossos (e tanto come um grego natural como um Yogolino – os preferidos são os de framboesa, queijos de toda a espécie. Também tanto petisca batatas fritas e pastéis como decide que afinal prefere uma maçã ou… Um tomate (sim, à trinca, com casca e tudo).
Gosta do seu bolo (não lhe falem em pastéis de nata, que ela delira!) de quando em vez, papa quando o rei faz anos (e só recentemente é que tomou o gosto às industrializadas) e não acho que dar uma trinca num chocolate vá fazer horrores à saúde (ou aos dentes) dela.
Porque é uma menina que, regra geral, também adora comer vegetais. Delicia-se com tudo o que comemos às refeições (e, neste momento, mais de metade delas são essencialmente constituídas por vegetais). Também adora fruta.
Não creio que a falta de tempo seja pretexto para uma má alimentação.
Gosto de ser eu a fazer os lanchinhos dela, felizmente tenho tempo para tratar deles na maior parte das vezes. Quando não consigo (ou estamos fora e a logística é mais complicada), tenho sempre ao dispor fruta do pacotinho ou garrafa, ou até daquelas embalagens de papa láctea (mais raramente).
Não tenho quaisquer problemas e sinto-me segura com esta opção. Todos sabemos que a comidinha feita em casa é melhor, que a fruta a sério é que é, mas não temos de nos martirizar por oferecer comida embalada feita a pensar nos petizes.
E é assim que andamos: às vezes come-se melhor, outras vezes será pior. Se incuto bons hábitos, posso diminuir o impacto dos que não são assim tão bons.
Não devemos comer só do que sabe bem e faz, mas também não temos de comer sempre peixe cozido com couves. Enquanto mãe, creio que é óbvio que se devem dar os melhores exemplos e promover um estilo de vida saudável.
O segredo está em saber gerir e equilibrar as coisas.
Se eu não como sempre só o que faz bem, faria sentido impingir essa ladainha à Teresa?
Não é uma salada que faz de mim uma pessoa saudável, mas também não é uma pitadinha de gordice que determina que estou a trabalhar para ficar doente.