Nina Diabética

Desenganem-se, minha gente, se pensam que a diabetes é um problema exclusivo das pessoas.

Com certeza já me ouviram falar da Nina, que é o membro canino da família e que tem quase nove anos (dos nossos, pois claro). Sempre foi apaparicada como se fosse o bebé cá de casa, e até há bem pouco tempo ela estava como na foto do “Antes”.

Era uma baleiazinha em forma de cão, mas era feliz.

No fim de Julho, repentinamente, começou a perder peso. Nós estranhámos muito, principalmente porque surgiram outras coisas em associação:

  • Perda de pêlo
  • Muita sede
  • Xixi muito amarelo e mal cheiroso

A veterinária que a acompanhava desde pequena dizia que a perda de peso era normal, que estava num bom caminho e que ainda tinha de perder mais peso (pesava 13kg e em cerca de duas semanas passou para metade) e que a perda de pêlo e a sede eram normais do calor.

Podia desembrulhar aqui outras histórias, mas quero focar-me no problema principal.

diabetes canina

No começo da semana passada, chegámos a um ponto em que nem sequer conseguíamos prever se a Nina continuava connosco e optámos, finalmente, por mudar de veterinária.

Acreditem que o “Agora” não exprime o aspecto cadavérico da nossa giroquinhas por essa altura. Se ampliarem a foto, conseguem ver que a pobre infeliz está quase careca. Não se mexia, já. Não queria comer nem beber água, não ladrava, não conseguia andar.

Valeu-nos a competência da nova veterinária, que em rápidas análises concluiu que havia um quadro feio de diabetes, a nossa Nina estava cetoacidótica. Temos tido uns dias (noites!) de cão, preocupados com a nossa menina.

Por alguns dias, foi alimentada à seringada e com um biberão, pois o apetite fugiu. Analisar a glicémia capilar é tarefa do outro mundo, porque parece que não há sangue em parte nenhuma do corpo dela.

Ah, e tem feito insulina todos os dias. Felizmente, está a começar a recuperar. Não posso deixar de partilhar que pesa agora 4kg.

Esta é uma história que vai ter direito a mais capítulos, mas por agora, preciso de testemunhos:

Já lidaram com diabetes canina? Quais foram as vossas histórias?


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31 thoughts on “Nina Diabética”

  • Apesar de ja ter trabalhado com animais e conviver com eles muito de perto, nunca tinha visto diabetes canina nem o estado em que os animais ficam.

    No entanto, sei que é dificil a minha Labradora tem epilepsia e não é nada fácil lidar com os ataques assim como o estado degradante em que ela vai ficando todos os dias.

    A veterinária acha incrivel o tempo que ela está a durar por isso, acho que a vontade deles e esforço conta muito.

    Não ajudei mas quis partilhar

    Beijinhos

    • Coitadinha 🙁 Se nas pessoas já é o que é às vezes, não imagino numa cadelinha. Ainda por cima labradora! É irónico, todos os nossos tratamentos foram testados em animais previamente. No entanto, a medicina para nós está muito mais avançada do que para eles. Uma pessoa epiléptica consegue viver normalmente na maior parte dos casos, sob medicação, mas os pobres dos bichos sofrem imenso.

      Tudo a correr bem com a bichinha 🙂

      Beijinho

    • A minha labradora também tem epilepsia. Iam abate-la e meu pai ficou com ela já lá vão uns bons anos e é horrível assistir ao que ela passa mas não temos coragem de a abater…por isso não os deixamos fazê-lo naquela altura… Passados tantos anos ainda sofro quando a vejo ter um ataque e choro… Não suporto ver um animal sofrer…
      Beijinhos

  • Guida as melhoras para a Nina, até agora nunca lidei com diabetes canina mas tenho uma caniche em casa da minha mãe que é muito gulosa e que desde pequena sempre comeu o que queria neste momento tem 9 anos dos nossos por isso se calhar não estou livre de acontecer o mesmo.

    Beijinhos

    • Muita atenção! Eu sei que custa muito negarmos o mimo aos nossos bichinhos, especialmente no que toca à alimentação, mas aqui viu-se no que deu 🙁 Parece que ainda por cima há uma grande incidência da doença em caniches! Espero sinceramente que não tenham de passar por isto 🙂

      Beijinho

  • Olha querida não tenho canitos aqui por casa e nos meus gatinhos felizmente que nunca aconteceu! Mas gosto imenso de animais e só posso desejar que ela logo fique boa sim ?
    Beijoca !

    • Aqui foi essa a suposição inicial há duas semanas, ela não apresentava sintomas de diabetes mas sim de Leishmaniose. O teste deu negativo e não demorou muito a chegarmos à glucose e concluir que o problema estava aí…

      As melhoras também para a tua bichinha! 🙂

      Beijinho

  • Pobrezinha! E que grande incompetência da parte da primeira veterinária… No teu lugar ia avisá-la de que errou no diagnóstico. Talvez assim não voltasse a repetir o erro noutros bichinhos. As melhoras*

    • Não vale a pena, inclusivamente conheço várias pessoas com queixas da mesma profissional. Acho que está a ter mais efeito a partilha da história, até porque da nova vet só temos coisas boas a dizer e assim pode ser que comece a ter mais freguesia 😉

      Beijinho

  • Olá!

    Tive um cãozinho raçado de caniche durante 13 anos. Nos últimos anos desenvolveu Síndrome de Cushing (não fazia ideia que também existia nos animais) que cursa também com hiperglicemias. Portanto, o meu pequeno começou a apresentar exactamente os mesmos problemas que a tua cadela: emagrecimento, muita sede, perda de pêlo, etc. Mas como tinha outras comorbilidades (era mais velho)a situação foi bem mais complicada.
    Boa sorte para ti e para a tua cadelinha, felizmente parece que as coisas vão no bom caminho 😉

    Nota: Realmente é estranho a primeira veterinária não se ter apercebido porque, como tu bem disseste, estas coisas realmente são muito típicas nos caniches.

    • Ouch, coitadinho! É tão mau ter os nossos pequeninos a passar mal e nós sem podermos fazer grande coisa! Felizmente, a Nina está a ter uma evolução muito positiva, nem nós esperávamos que fosse recuperar tão bem! A primeira vet… Enfim… Há-de sentir na pele porque as pessoas estão a desaparecer de lá.

      Beijinho

  • Guida, tu falavas-me da Nina, mas nunca imaginei que a diferença fosse tao grande…

    Um beijinho e as melhoras para ela…

  • Esta situação lembrou-me a que passei com a minha cadela anterior (a Bella, falei dela no blog quando faleceu) que partiu uma pata e o vet pos-lhe uma tala tao mal posta que quando foi retirada a cadela tinha a pata partida não em um, não em dois mas em tres sitios (quando pos a tala so tava partida num lado) e sofria de hisdrocefalia que o vet n diagnosticou e de ossos de vidro (qualquer pancada mais forte partia ossos) que ele tb n soube diagnosticar. Claro que assim que tirou a tala nunca mais foi lá e só me apetecia matar o homem.. Enfim.. a Puka agora vai ao hospital dos animais na Ramada, os profissionais são competentes, tem urgencias 24h por dia e tem as maquinas todas para os exames que precisam, não é o mais barato do mundo mas tb n é caro e compensa mt saber que estão bem entregues…

    Quanto a tua menina, espero que ela recupere rápido o aspecto de bolinha que tinha, uma gordura mais saudável mas bolinha linda outra vez.

    • Bolas, convosco até foi bem mais grave! Já ouvi falar muito bem do hospital da Ramada, e foi uma opção que tivemos em conta. Só não recorremos logo porque descobrimos esta alternativa mais perto (até porque só a partir das 20/21h é que conseguimos ter quem conduza por nós) e ficámos muito satisfeitos com a nova vet, na Flamenga 🙂 O preço acaba por ser algo secundário quando se trata da saúde das nossas meninas 🙂 Ainda assim, na vet antiga, por exemplo, era 40€ por consulta e na nova são 25€.

      Felizmente, a Nina está a recuperar a um bom ritmo e já estamos a ganhar alguma autonomia na questão da administração de insulina. E hoje pesava 4,300kg, o que foi um sucesso 😀 Quando chegar perto dos 6kg vai ter de ser submetida a uma cirurgia, mas isso é algo simples.

      Beijinho

  • Olá Guida.
    Estava a dar uma vista de olhos pelo teu blog quando me deparei com este post.
    Quis partilhar contigo a história do meu cão porque começou com os mesmo sintomas que a tua Nina. O meu cão sempre foi muito comilão e a certa altura começou a emagrecer e a ficar mais apático. Nem sequer ligava à comida o que nos levou a estranhar. Com sorte o veterinário detectou logo o que poderia ser e foi-lhe então diagnosticado diabetes. Ao princípio temia-se que não resistiria, pois já tinha uma certa idade (acho que tinha 9 anos) e também pela gravidade da situação.
    Mas com isto tudo, tenho a dizer-te que o Duscher tem agora 11 anos e apresenta uma energia e força de cachorro novo. Recuperou a forma e ganhou ainda mais vida.
    Tudo o que bastou foi uma alimentação rigorosa (alimenta-se somente de ração própria para diabéticos) e um controlo com a insulina. Vai ao veterinário de mês em mês para uma análise de sangue e de resto faz a vida o mais normal possível.
    Com isto não quer dizer que não possa ter algumas complicações futuras, mas para já tem uma vida invejável para muito.
    Só queria dar-te a conhecer que apesar dessa doença, é possível ter um final feliz.

    Beijo,

    Carla

    • Obrigada 🙂 A Nina foi hoje à vet e já atingiu o peso desejável. Agora vamos tentar manter! É a tal reeducação alimentar. Se possível, ainda antes do Natal vai ser operada. Vão retirar os ovários e alguns tumores mamários. O que é que nos aborrece? De há uns dias para cá ganhou cataratas e agora anda às turras com tudo. O que vale é que pelos vistos também é operável. Fora isso também temos verificado que ganhou uma nova vida 🙂 Há muito que ela não brincava connosco nem corria!

      Beijinho

  • Ola estive agora a ler o caso da Nina e eu como enfermeira veterinária não posso deixar de dar a minha humilde opinião: foi mal acompanhada sem dúvida, e ainda bem que mudaste a tempo de veterinário. Cuidados a ter: era importante fazer uma curva de glicémia para adaptar a quantidade de insulina a administrar diariamente, dar comida logo após a insulina, comida que devia ser a mais direccionada possivel ao problema, uma diabética/endócrina com longa uma absorção lenta de glucose e outros nutrientes. Também não seria mal descartar outras patologias endócrinas (devido à perda de pêlo)ou tumorais. Mas pronto isso já é uma opção do médico, mas como proprietária deves sempre e podes sugerir mais testes, se houver possibilidade financeira. Se o diagnóstico for bem feito e com a medicação e alimentação regradas e de boa qualidade a esperança de vida é boa e grande 🙂

    • Olá Joana, tudo o que sugeriste foi feito 🙂 Aliás, sempre que existe alguma mudança (ou por exemplo quando a Nina foi operada), temos o cuidado de voltar a fazer curvas de glicémia. Obrigada pelas dicas!

      Beijinhos

  • Olá Guida! Ai caraças que os animais deixam-me sempre de coraçãozinho nas mãos. Tenho também uma Nina Pequinês de 11 (quase 12 anos) que ao longo da sua vida já teve algumas complicações a nível de saúde. Primeiro nos seus tenros meses de vida teve uma parvovírose o Dr. deixou-nos bem claro que ela era muito pequenina e cães de raça pequena naquela altura não tinham grande hipótese de resistir a uma doença tão violenta, depois algumas crises intestinais, na sua segunda ninhada de 5 cachorrinhos teve uma infeção grave no útero a seguir ao parto. À um ano foi atacada por um gato e perdeu um olho (foi uma choradeira pegada porque é uma raça com olhos enormes e fez-me bastante confusão vê-la assim!), à sensivelmente 3 meses começou a ficar cega do outro olho com uma catarata. Também se suspeitou de diabetes, mas felizmente a cegueira dela não tem a diabetes associada deve-se exclusivamente à idade. Ela só vê focos de luz intensos, já não vê os brinquedos, as paredes, as portas, degraus, não nos vê. De vez em quando dá umas turras valentes fica muiiiito amuada quando bate mas depois de uma mimoca já se conforma com a situação. Felizmente os animais adaptam-se melhor a estas situações do que eu esperava e poderia imaginar e tal como nós desejam ter-nos ao lado deles o maximo de tempo possível. Apesar de não ver, ela orienta-se incrivelmente bem em toda a casa, todo o quintal e todo o espaço dela, só temos de ter a preocupação de não mudar as coisas de sítio. Sabe onde está a comida, a cama dela, os degraus, o portão, vai atrás dos pequenos barulhinhos para ir ter connosco e apesar da limitação e da idade, nunca deixei que ela parasse, é verdade que já não pode ir correr comigo sem trela nem aguenta tanto tempo, mas não é por não ver que vou “encostar a bola” dela a um canto. Hoje ainda brinca mas de maneira adaptada,tem brinquedos mais barulhentos para poder fazer o que mais gosta que é ir buscar a bola. E é feliz!

    Foi um testamento um pouco grande mas serve apenas para dar consolo e força, a tua Nina ainda é jovem e com toda a certeza será um capitulo da vida dela que irá passar muito rápido! Dá-lhe muuuuito miminho,atenção e brinca com ela e verás que tudo passará rapidamente!

    Um beijinho e força!

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